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PRIMEIRA MONOGRAFIA - O CARIMBO DE ESCUDETE

 

Muito antes do príncipe regente D. João chegar ao Brasil com sua corte, em 1808, o meio circulante de cobre já se constituía num sério contratempo para a coroa. As inúmeras tentativas de conter o derrame de cobre falso, e até mesmo o cerceio das moedas, se acumulavam desde o início da colonização.

 

Falsários, estelionatários, delinquentes de todas as espécies, quando não executados na forca ou na fogueira, eram degredados para as colônias, a maior parte deles desembarcando na África. 

 

Um pequeno percentual destes delinquentes eram exilados para o Brasil, onde encontravam terreno fértil para por em execução suas habilidades de fora-da-lei, entre elas, a falsificação de moedas.

 

Com o passar do tempo, estes contrafatores foram transferindo seus “conhecimentos” a outros que, por suas vez, auxiliados por estrangeiros de passagem pelo território, espalharam suas moedas falsas (a esmagadora maioria, em cobre) em todas as províncias.

 

A ação criminosa dos falsários, e de seus cumplices, era mais intensa na Bahia onde o derrame de moeda falsa de cobre, foi notável. Não foram poucas as vezes em que a coroa foi obrigada a intervir, adotando medidas extremas como a pena capital a fim de conter a ação dos criminosos. 

 

Muitas destas moedas contrafeitas, desembarcavam no Brasil vindas do estrangeiro, principalmente dos EUA. No passado, a coroa se viu obrigada a enviar cartas a governantes e soberanos de outras nações, alertando-os sobre as ações criminosas de seus cidadãos, ou súditos, que desembarcavam no território brasileiro, carregados de barris e caixas, declaradamente contendo mercadorias diversas, mas escondendo notável quantidade de moeda falsificada.

 

Antes da chegada da Família Real, a coroa havia desvalorizado o meio circulante de cobre em 1799, passando-o de cinco para dez réis por oitava do metal, dessa forma reduzindo o peso das moedas à metade. Com essa medida equivocada, duas moedas de mesmo valor extrínseco, mas com pesos diferentes, passaram a circular livremente em quase todo território.

Além destas, existiam as moedas da série “J”, cunhadas em discos de peso e diâmetro muito próximos ao da série das patacas que haviam sofrido, à exceção das cunhagens da Casa da Moeda da Bahia, uma redução em seu peso a partir de 1768.

 

Foi em meio a esse turbilhão de problemas que a Família Real chegou à Bahia, em 18 de janeiro de 1808. Quando desembarcou no Rio de Janeiro, em 8 de março do mesmo ano, o Príncipe Regente já era conhecedor do problema. Além da abundância de moeda falsa, o meio circulante era confuso, com moedas de mesmo peso correndo por valores diferentes. Entre as medidas adotadas pelo príncipe recém-chegado ao Brasil, a homogeneização do sistema estava entre as prioridades.

 

Nesta publicação, o leitor irá tomar conhecimento dos reais motivos que levaram à aplicação desta "marca do poder". Contrariando o que vinha sendo dito até então, a medida nada tinha a ver com o que chamam de "lucro", principalmente porque a função do Estado é aquela de arrecadar para administrar dívidas e distribuir benefícios à população. 

CARIMBO DE ESCUDETE - MONOGRAFIA

Diversas imagens, textos e tabelas.

Minucioso e detalhado estudo sobre a contramarca

Total de páginas : 128

Capa flexível em papel couche matte de gramatura 300

Miolo em papel couche matte de gramatura 115

Encadernação: Brochura costurada a fio refe.

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